terça-feira, 28 de fevereiro de 2006

Criatividade jornalística


Olha só a manchete da Folha Online, estampada na página principal do portal UOL, nesta terça de carnaval:

Estradas têm lentidão na volta do litoral para São Paulo

Antigamente, cachorro morder gente não era notícia. Só gente morder cachorro dava manchete.
Além disso, pra ser completamente chato, lembro que o litoral não volta pra Sampa, quem volta são as pessoas que lá estavam. O litoral continua lá onde sempre esteve.

Deixa pra lá. Se todo mal fosse esse.

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Lembrei-me de amigo meu que era redator na revista Veja, no tempo em que ainda existiam revisores nas redações. Um revisor o questionou sobre uma matéria que ele havia escrito. Achava o revisor que ela poderia ter sido melhor redigida. Respondeu ele:
- Ganho pra escrever. Escrever bem custa mais caro.

Ofertas e mais ofertas no Bazar !


Acabo de completar os posts do mês de abril de 2.004. Já estavam lá o conto Um pontinho no nariz e um pouco de memórias.
Agora há o polêmico post sobre a tradição das Matanças, uma tradução maluca que fiz de um post de um blog sueco, com suas conseqüências, um Ensaio infame sobre Mahler e muito mais.
Tudo grátis.
Aliás, mais do que grátis. Tem até post que ensina a ganhar dinheiro.

domingo, 26 de fevereiro de 2006

Benfica x Porto


Tudo pronto para a comemoração de mais uma vitória do Porto.

O cachecol que meu amigo Asulado me mandou, nunca chegou. Tratei de procurar um em Bragança, no começo do ano. Nas lojas dos chineses havia uns baratinhos, mas muito fajutos. Na Casa do Portista encontrei esse aí, bonito mas caro pra burro (10 euros). É duro ser torcedor em Portugal.
Vai daí que o jogo foi monótono, chato mesmo. E, de repente, Vitor Baía resolveu aceitar um chute quase do meio do campo. Fazer o quê.
Cadê a bola?
Você vê a bola? Vitor Baía também não viu.

Continuamos na liderança. Não deixa de ser um consolo.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2006

Maioridade


Hoje, enfim, chego aos 18 anos.
Isso se o pano de fundo for o crivo de Eratóstenes.

Crivo de Eratóstenes

Rebajas en el Bazar


Acabei de trazer para cá todos os posts de março de 2.004 do meu antigo blog no Mblog, inclusive um em que resolvo usar o neologismo spasso no lugar de post. Agora se vê que desisti da ideia.
Mas, entre os 28 posts desse mês, há alguns que penso serem de interesse:
três pequenos poemas e um conto. Diálogos (não tão) absurdos, comentários políticos dotados de algum caráter profético. E por aí vai.
Divirta-se porque é liquidação.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2006

Felicidade é


descobrires que podes editar qualquer post de teu blog apenas com um clique no lápis abaixo do dito cujo post.

domingo, 19 de fevereiro de 2006

S.O.S.


Algum usuário/utente do Blogger pode dizer-me como é que faço pra editar um post antigo (anterior aos 300 últimos) ?

Atualização: No Ajuda do Blogger encontrei isto:
Na página Editar postagens, você só pode exibir as 300 postagens mais recentes de um blog. Até que esse problema seja solucionado, você pode acrescentar &selNumPosts=XXX ao final do URL, onde XXX representa o número de postagens que você gostaria de exibir. Observe, no entanto, que você sempre pode localizar postagens antigas para edição usando o recurso de pesquisa da página Editar postagens ou os links de edição rápida dos arquivos.
Tudo bem. Só não sei como acrescentar xpto ao final do URL. Além do mais, o recurso de pesquisa não existe na página Editar postagens. Também não faço a mínima idéia sobre quê serão os tais links de edição rápida dos arquivos.
Isso é o que se chama estar no mato sem cachorro.

Atualização: Descobri os links de edição rápida. São esses lápis no final de cada post.
Bingo.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2006

Liquidação no Bazar


Coloquei, hoje, neste blog, os posts de fevereiro de 2.004, que tinham sido publicados no Mblog e não constavam aqui no Blogger.
Estão em oferta. Confira.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2006

Viva!


Minha irmã foi operada hoje. E era benigno. Como tudo está pra lá de bom, nada como cantar junto com Marisa Monte o doce samba de Candeia: Preciso me encontrar. Canta com a gente.

clique aqui e cante com a gente

(Powered by Castpost)

domingo, 12 de fevereiro de 2006

100 anos


No início do século passado, em uma aldeia do nordeste de Portugal chamada Passos, na região da Lomba, uma jovem, de nome Amélia, deixou-se encantar por um rapaz bem apessoado, de boa família. Chamava-se João. Sabe-se lá aonde e como, foram às vias de facto. Essa relação, um tanto escondida, persistiu o suficiente para gerar dois garotos. O pai, sem querer constituir família com a jovem, partiu para o Brasil. Ela, fazer o quê, registrou os meninos como seus filhos e de pai incógnito. Deu-lhes nomes compostos: Agripino Santelmo e Alberto Augusto. Naquele tempo, não se definia na certidão de nascimento o nome completo do recém nascido. Davam-se apenas os pré-nomes. Mais tarde o indivíduo comporia seu nome completo, acrescentando aos pré-nomes os sobrenomes de mãe e de pai.
O caçula, nascido a 13 de fevereiro de 1.906, desde logo mostrou independência e pensamento próprio. Quando toda a gurizada partia para o campo, pela manhã, Alberto levava às costas mochila com batatas cozidas. Os outros zombavam dele. Achavam aquilo um tanto ridículo, pelos costumes da época e do lugar. Quanto a ele, só se preocupava em que não lhe dessem tapas às costas. Pra não amassar as batatas.
Só que o garoto não queria ficar limitado à vida do campo. E queria, também, ir à procura do pai.
Aos catorze anos, conseguiu que um tio que morava no Rio de Janeiro lhe enviasse uma carta autorizando sua ida ao Brasil. Documento necessário para que ele conseguisse viajar.
E lá se foi. Só.
No Rio de Janeiro procurou o pai. Constatou que este já constituíra família no Brasil. E não quis reconhecê-lo como filho.
Sua mãe, por sua vez, casou-se na aldeia com o Zé Grande, português que vivera no Brasil, em Niterói, e cá tivera mulher e três filhos. Tendo ficado viúvo, retornou com os filhos à aldeia de origem. Com Amélia, mãe de Alberto, teve mais três filhas.
Alberto Augusto, apesar de corresponder-se com a mãe até a morte dela, optou por não utilizar-se de sobrenomes de família. Adotou o Alberto Augusto como nome completo. Augusto transformou-se em sobrenome.
Radicou-se em Santos, no estado de São Paulo, e tornou-se baptista. Mais: formou-se em Teologia e começou a viver sua vocação de pastor.
Sua intenção era a de exercer seu ministério em lugares inóspitos. Foi ser pastor em Manaus, no ano de 1.934. Sua saúde (ou a falta dela) o fez retornar a Santos. Passou a ser pastor da Primeira Igreja Baptista de Santos, cargo que exerceu durante vinte e cinco anos.
Faleceu, vítima de derrame cerebral fulminante, em 26 de junho de 1.961, aos 55 anos. A cidade guardou sua memória atribuindo seu nome a uma rua. O estado de São Paulo também deu seu nome a uma escola de ensino fundamental.
Alberto Augusto escreveu vários livros, todos de caráter religioso. Durante anos publicou – em O Jornal Baptista – uma coluna chamada Meu Bazar de Idéias. Mais tarde reuniu em livro várias de suas crônicas. Queria dar ao livro o título Idéias do Meu Bazar. A editora o publicou como Meu Bazar de Idéias, mesmo nome da coluna semanal.
Esse homem teve três filhos. Penso que não os queria ter. Parece-me que preferia dedicar-se totalmente a sua missão evangélica. Mas a esposa, que o amava infinitamente e o levava a fazer o que ela queria fingindo sempre obedecê-lo (como fazem quase todas as mulheres), teve uma filha, depois outra, e – quando tudo parecia encerrado nesse capítulo – escapou um menino, vejam só.
Foi assim que nasci. Fruto de esperteza feminina combinada com falha de planejamento familiar.
Talvez por isso mesmo, não menosprezo jamais a capacidade das mulheres de levar os homens no bico. Com todo o amor, claro. E tenho uma relação de desconfiança irônica com qualquer tipo de planejamento.
Alberto Augusto e eu. Temos muito pouco em comum. Descontado o facto de que eu não existiria se ele não tivesse cedido seus espermatozóides, sobra pouco.
Sua morte prematura me deixou a frustração de ter convivido muito pouco com ele, já na fase adulta. Se ele tivesse vivido mais, teríamos tido brigas homéricas. Mas desconfio que chegaríamos a algum acordo. Ele era bom demais pra que isso não acontecesse.
Paciência. A mim, resta a lembrança de um homem atormentado, tenso, de integridade absoluta. Inteligente e culto. Um pouco ingênuo. Mas pérola que não se encontra em qualquer concha.

Segunda-feira, agora, minha irmã (Édipo puro) vai ser operada. No centenário do pai. Isso só pode ser bom sinal. Beijinhos, mana. Papai estaria cuidando de ti, se nossas fantasias fossem realidade.

sábado, 11 de fevereiro de 2006

Prazer


Quando se aproxima o momento de ela chegar, vou ficando excitado. Quantas possibilidades de prazer. Imagino mil coisas.
Ela é deliciosa.
Não vejo a hora de ela se instalar em minha casa e me encher de satisfação.
Ela me dá paz.



Como gosto da noite de sexta-feira!

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2006

O Plano B


Dia desses, almoçava com colega de trabalho. Ele, agitadíssimo, descrevia o carnaval que faria no ambiente de trabalho caso obtivesse a liminar em Mandado de Segurança na qual depositava todas as suas esperanças de solução de seus problemas pessoais e familiares.
A certa altura, a euforia dele tendo feito pequena pausa, perguntei:
- E você tem um plano B?
- Nem quero pensar nisso, ele emendou, de voleio.
Pensei em argumentar que o juiz poderia perfeitamente negar a liminar. Em tempo, percebi que não havia clima para tal ponderação.

Mas passei a pensar sobre o tal Plano B. Não pra ele, evidente. Não tenho elementos pra isso. Mas quanto a mim. Qual o papel do plano B em minha vida.

Fiquei surpreso ao constatar que quase sempre na vida fui levado a viver o Plano B. E percebi isso sem nenhum sentimento de derrota, sem qualquer mágoa. Penso que isso talvez se deva ao facto de que temos desejos sempre mais amplos e maiores que nossas possibilidades concretas. O que não significa trocar algo bom por algo podre. Não. Quem sabe o objetivo primeiro, o Plano A, não fosse desastroso. Ninguém sabe.

Quando pequeno, meu desejo secreto era ser jogador de futebol. Jogava botão em clima de sonho. Futebol de praia era sempre um desafio. Avaliação de possibilidades.
Mas... tinha um pai severo, pastor baptista quando ainda não tinham inventado os Atletas de Cristo. Quando ser jogador de futebol e evangélico eram coisas mutuamente exclusivas. Quando ainda não havia Kaká e seus gols dedicados ao Senhor.
Resumo: adotei o plano B. Fui ser engenheiro.

Lá pelo início do quarto ano de engenharia percebi que não tinha a mais remota vocação pra profissão. E enveredei por outro plano B: Filosofia.

Quando já ia me dando conta de que Filosofia era algo reservado a abastados, mergulhei na militância política, na busca de um socialismo a ser implantado no Brasil. Desta vez o plano B me foi imposto contra minha vontade: três anos de cadeia e dez anos de direitos políticos cassados.

De volta às ruas, como Filosofia não enchia barriga, fui trabalhar em Matemática, como professor universitário. Durante minha pós-graduação, percebi que os cursos da área de computação eram muito mais fáceis do que os da Matemática Pura. Como precisava acumular créditos para o Mestrado, comecei a fazer um monte deles. Os milicos não queriam mesmo que eu continuasse na USP. Paciência. Plano B, de novo. Pensei: o que que eu sei, que leve alguém a pagar por isso? Computação, claro.
E dá-lhe plano B. Foram uns vinte anos de trabalho na área de Sistemas. Puro plano B.

E no amor, então. Tenho a sensação, quase certeza, de que todas as mulheres de minha vida me viram como plano B. Não. Não se trata de paranóia ou algo assim. É simples: para parodiar Groucho Marx, eu jamais me casaria com uma mulher cujo grande ideal na vida fosse casar comigo. Prefiro mulheres inteligentes.

Escreveria páginas e mais páginas sobre meus planos B. Quando resolvi ter filhos, por exemplo, comecei a desenvolver todo um programa de ensino para que eles fossem educados em casa. Como aconteceu de os amigos quase me matarem de tanta crítica, parti para o plano B: escola convencional e não se fala mais nisso. Hoje meus filhos são pessoas normais. Diria que bem acima da média, não fosse isso corujismo explícito.

Outro exemplo: todo mundo gostaria de atravessar a vida sem precisar de psicanalista (quer dizer: todo mundo não, só os normais, como diria Nelson Rodrigues, em outro contexto). Eu também. Mas não deu. A certa altura do campeonato tive de recorrer ao plano B, que no caso chama-se Luis Meyer. Cinco anos de quatro sessões por semana. Fantástico plano B. Experiência maravilhosa. Aliás, o único defeito do Meyer é ser amigo do FHC. Mas algum defeito ele tinha de ter, né mesmo?

E dá-lhe plano B. Agora mesmo: meu grande sonho é ir morar em Portugal. Mais especificamente no distrito de Bragança, perto de minha aldeia ou mesmo nela, se possível.

Será possível? Ou terei de adotar outro plano B?

Aceito sugestões.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2006

Supremowski


O STF (Supremo Tribunal Federal) deverá contar com mais um integrante indicado pelo inefável Lulla. Trata-se do desembargador Enrique Ricardo Lewandowski. O companheiro Lulla foi aluno de Lewandowski pai, no SENAI. Da mesma forma, madame Lewandowski é amiga da primeira-dama Marisa Quem-nunca-comeu-melado-quando-come-se-lambusa Letícia.
E daí?, dirá você.
Sei lá, digo eu. Só estranho o ensurdecedor silêncio da mídia a respeito das relações de – digamos – proximidade entre Lulla e Lewandowski. Só consegui ver referência a isso na coluna do Cláudio Humberto.
Quanto a nós, continuaremos lewandowski no rabowski.
Não tenha dúvida.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2006


A mim, o que mais chamou a atenção em Dois Filhos de Francisco (sobre a vida da dupla Zezé de Camargo e Luciano) foi que – em nenhum instante do filme – é feita qualquer referência à qualidade da música composta/interpretada pela dupla. Parece que a única preocupação de pai e de filhos sempre foi a sobrevivência. Grana. Bufunfa. Dindim.

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Depois de redigir a nota acima, fui ao Houaiss para ver sinônimos de dinheiro. Transcrevo:

algum, arame, bagaço, bagalhoça, bagarote, bago, baguines, bagulho, bala, barro, bazaruco, bilhestre, bilhestro, bolsa, bomba, boró, borós, broça, brocha, cabedal, cacau, calique, cantante, capim, capital, caraminguá, carcanhóis, caroço, cascalho, cédula, changa, chapa, chavo, chelpa, cheta, china, chinfre, cobre, cobres, cominho, conques, contado, coscorrinho, cunfres, cunques, cuprém, erva, estilha, falépia, felpa, ferros, fundos, gadé, gaita, gás, gimbo, grana, guines, guino, guita, jabaculê, jibungo, jimbo, jimbongo, jimbra, joão-da-cruz, lã, legume, lençol, luz, maco, maquia, marcaureles, marco, massa, metal, milho, moeda, mosca, mufunfa, música, narta, níquel, nota, numerário, numo, óleo, ouro, pacotes, parnau, parné, parneque, parni, parrolo, pasta, pataca, pataco, patacos, pecúnia, pecuniária, pelga, pila, pilcha, pilim, prata, quido, roço, tacho, taco, teca, tostão, tubos, tuncum, tusta, tusto, tutu, unto, vento, verba, vintém, zergulho, zinco.

Se reparar no final da letra M, você verá que música também é sinônimo de dinheiro. Agora entendi o filme.

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Tá certo que hoje se comemora a posse de Juscelino Kubitschek de Oliveira na Presidência da República. 50 anos.
Pra mim, mais importante é que hoje Celina faria 93 anos. Pena que é faria.